Vitrina, 07 Setembro - O presidente da
república lembrou hoje aos militares que a “a verdadeira soberania
reside no povo e na sua liberdade” e que “honrar a nação é erguer a
bandeira e servir com integridade, disciplina e humanidade”.
Carlos Vila Nova que discursava na celebração dos
50 anos da fundação do Dia das Forças Armadas que se assinala a 06
de setembro, sublinhou ainda que a instituição “tem de continuar a
ser uma reserva de disciplina, de patriotismo, de entrega, de
obediência, de respeito pelo próximo, de comportamento ético e de
defesa de valores democráticos e, indubitavelmente, de submissão às
instituições democraticamente eleitas ou constituídas”.
Este ano o lema das celebrações foi “Defendendo a
Soberania Honrando a Nação”. “Mais do que expectável, é imperativo
termos militares exemplares, onde o rigor e a disciplina devem ter
espaço de excelência”, disse o presidente da república e comandante
supremo das Forças Armadas.
O chefe de Estado vê as Forças Armadas como “uma
instituição que deve ser uma escola de valores e de virtudes que
promove nobre valores éticos e que são próprios e caraterísticos da
condição militar, tais como a honra, a unidade, a disciplina e o
trabalho, associados a lealdade e o espírito de sacrifício e aos
demais valores e virtudes intrínsecos à classe”. As atividades para
assinalar a efeméride foi marcada pelo juramento de bandeira de mais
de 430 novos soldados.
“Estes jovens que hoje juraram a bandeira cumprem
a mais nobre missão que um cidadão pode prestar a sua pátria, a de
servir o seu país, defender a sua integridade e soberania no auxílio
das populações em momento de emergência, com destaque para as
perturbações resultantes das mudanças climáticas e das crises
humanitárias, ou ainda no quadro da cooperação internacional, para
que a nação, o seu povo e os seus valores prevaleçam na longevidade
dos tempos”, disse Carlos Vila Nova.
Sublinhou que as Forças Armadas “devem se sentir
aptas a responder aos novos desafios, sempre alinhados com os
valores da Democracia e em salvaguarda dos interesses nacionais” e
enfatizou que o lema escolhido para as celebrações deste ano “deve
traduzir-se num compromisso renovado com o presente e num olhar
visionário para os desafios futuros”.
“Este momento liga o cidadão à sua pátria, quero
que o tenham sempre presente nas vossas vidas, pois trata-se de um
compromisso de lealdade que vos deve condicionar ao respeito
escrupuloso dos deveres constantes das leis e do regulamento de
disciplina militar”, disse Vila Nova aos militares. Entretanto, o
Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas, o brigadeiro João
Pedro Cravid reconheceu que a instituição tem sofrido “interferência
política” ou partidária durante vários anos que está a “minar a
estabilidade interna”.
“O nosso dever é garantir uma Força Armada
eficaz, respeitador da constituição e ao serviço exclusivo da nação,
livre de qualquer interferência politica ou de partidarização que,
infelizmente, durante anos enraizou-se nas estruturas das Forças
Armadas, minando a confiança pública e a estabilidade interna”,
denunciou.
O brigadeiro. Reconhece os seus efeitos negativos
nos sucessivos intentos da inversão da ordem constitucional que
comprometeram o nosso desenvolvimento democrático e prejudicaram a
credibilidade das nossas instituições”. Garantiu, contudo, o empenho
de que “as forças armadas não são e não serão instrumentos de
interesses políticos e partidário, mas sim, defensores da
Constituição da Republica, da legalidade, da soberania, da segurança
e da paz social em São Tomé e Príncipe”.
Mas lembrou as autoridades que umas “forças
armadas modernas e capazes dependem de meios materiais adequados,
equipamentos atualizados, tecnologia emergentes, infraestruturas
funcionais, sistemas de comunicação seguros e logística eficaz”.
“O esforço de profissionalização exige
investimentos sustentáveis por parte do estado com parceria
inteligente com países amigos. Não há prontidão operacional sem
condições materiais, mas também não há modernização que substitua a
formação contínua e o treino qualificado”, defendeu João Pedro
Cravid. “O futuro das Forças Armadas constrói-se com quadros bem
formados, mentalidades alinhadas com a realidade atual e liderança
com visão estratégica”, acrescentou.
Defende maior “aposta nas pessoas, na formação de
base solidas, na valorização da carreira militar, na meritocracia e
no fortalecimento do espírito do corpo. Para tal precisamos de
militares bem formados, bem treinados física e intelectualmente,
disciplinados, respeitadores da hierarquia e da cadeia de comando”.
M. Barros
MB/Vitrina