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PR considera positivo as redes sociais, mas reconhece

que trouxe distanciamento entre as pessoas

Vitrina, 31.08.2025 - O presidente da república reconheceu as transformações operadas no seio das famílias são-tomenses, que outrora eram consideradas um modelo, o primeiro espaço de socialização.

Carlos Vila Nova falava na abertura do Primeiro Fórum Nacional sobre a Família são-tomense e os Desafios Atuais e convidou a sociedade a refletir sobre os problemas que afetam as famílias em São Tomé e Príncipe. Perante uma plateia repleta com a presença de governantes, representantes de missões diplomáticas, responsáveis da administração pública, políticos, historiadores e associações de moradores, Carlos Vila Nova reconheceu que muito do que era a nossa tradição perdeu-se.

“A família é desde os primórdios um espaço de socialização, onde devem ser transmitidos os primeiros valores: a educação, o respeito e a solidariedade, fatores que moldam o ser humano e o acompanha durante o resto da vida”, é assim como era antes e que Carlos Vila Nova lembra.

“Em São Tomé e Príncipe a família não é apenas laços de sangue, mas também de afeto, vizinhança e tradição”, acrescentou Vila Nova. De facto, em tempos idos, os são-tomenses viviam todos ou quase todos em ambiente de convívio, relacionamento em comunhão, em fraternidade. Um modelo que hoje já não se verifica.

“A vizinhança, para nós, é uma espécie de extensão de laços familiar na nossa tradição familiar”, lembrou o presidente da república, neste primeiro Fórum Nacional sobre a Família e os Desafios Atuais, onde convidou a uma reflexão sobre os problemas que afetam as famílias em São Tomé e Príncipe, o caminho a seguir e o rumo que poderá conduzir a uma recuperação da nossa identidade coletiva. O presidente da república acredita que os problemas sociais, a falta de estabilidade, a desestruturação familiar estão ligados às perdas de valor da sociedade.

“A escola ensina, mas a família molda. Formar uma criança com amor e responsabilidade é garantir um cidadão consciente com o futuro do país”, defendeu o chefe de Estado, considerando que “cuidar dos nossos idosos é preservar a memória coletiva”. Alguns painéis marcaram a realização desse Primeiro Fórum Nacional sobre a Família são-tomense e os Desafios Atuais durante o qual Carlos Vila Nova entende que a responsabilidade para mudar o rumo da sociedade deve ser partilhada.

“É sobretudo no seio familiar que se evidenciam os desafios sociais e económicos. A família é um espelho que nos permitem enfrentar os desafios diários, mantendo viva a esperança e confiança num país e num mundo melhor”, sublinhou o governante. O governo, por seu lado, considera haver uma relação direta entre a família são-tomense e todos os problemas que o país vive.

“Estamos a falar de um problema que os jovens vivem, idosos convivem, de um problema que cada criança vive. Estamos a falar de todo uma estrutura social organizada e desorganizada (…) estamos a falar de um contexto onde nós vamos encontrar pessoas sempre expostas e essas pessoas precisam aperceber pelo menos o contexto daquilo que é esta célula fundamental que é vida”, disse o ministro do trabalho, solidariedade e família.

Organizado pelo ministro do trabalho, solidariedade e família, o titular da pasta reconheceu que existem muitas famílias vulneráveis e expostas, que carecem de apoios sociais.

O evento propõe analisar questões como a identidade, fragilidade económica, união, abuso sexual de menor e organização familiar como forma de conseguir resultados que possam alterar o atual quadro da família são-tomense. Por isso a organização vai se estender este fórum a Região Autónoma do Príncipe e também a diáspora. M. Barros

MB/Vitrina

 

 

 

 

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