Relatório da CEEAC sobre 25
de Novembro vai ser
divulgado brevemente pelo
Governo

Vitrina - 16.05.2025 - O relatório elaborado pela
Comissão Económica dos Estados da África Central (CEEAC) sobre a
alegada tentativa de golpe de estado de 25 de Novembro de 2022 em
que quatro cidadãos foram torturados e mortos no quartel das Forças
Armadas encontra-se na posse do governo que vai divulga-lo
“brevemente”, apurou hoje o Vitrina de uma fonte responsável. A
garantia da sua “divulgação brevemente” também foi dada pelo
presidente da república.
Numa conferência de imprensa no passado dia 13 deste
mês, o presidente da república disse que remeteu esse relatório “às
autoridades competentes há mais de um mês” sem, contudo, mencionar
que tipo de autoridade. Mas o Vitrina apurou que o documento está na
posse do governo, considerado pelo chefe de estado, durante a
entrevista, como “o canal legal para a sua divulgação”.
Vila Nova reconhece que a volta desse relatório
“criou-se uma expectativa muito grande”, sobretudo porque uma larga
franja da sociedade não acredita na versão “tentativa de golpe de
estado” em que se baseou para torturar e matar quatro cidadãos e
espancar brutalmente um quinto.
Recorde-se que foi esta mesma versão que usaram os
tribunais e o Ministério Público (MP) para acusar e julgar o único
sobrevivente da alegada tentativa de golpe de estado e acusar várias
altas patentes das chefias militar implicadas nas mortes no quartel
militar.
Nessa entrevista, o presidente da república defende o
atraso na sua divulgação. “O Estado tem regras, nós não podemos
trazer o Estado para rua de acordo com a vontade de cada cidadão”,
defendeu Vila Nova, sublinhando que a demora na publicação do
documento deve apenas a uma questão de “tramitação”.
Carlos Vila Nova entende também que as “condições
ainda não estão criadas” para que o documento seja divulgado. “Assim
que as condições estão reunidas a autoridade a que eu me refiro fará
a projecção do relatório, parte dele ou todo”. O chefe de estado
lembra que esse relatório “engaja apenas os seus relatores e a
entidade que o encomendou.
Não é um relatório de investigação, não é um
relatório vinculativo”.Explicou também que, independentemente do
relatório da CEEAC, há um novo relatório já elaborado com apoio das
autoridades “sobretudo portuguesas, países amigos e todos os
parceiros de cooperação” que enviaram para São Tomé seus quadros e
seus técnicos e “elaboraram um instrumento de qualidade” que vai
servir de base para “o nosso trabalho”.
Este relatório também não foi divulgado, considerando
o chefe de estado que há sempre uma autoridade competente que o deve
fazer. Ainda sobre o relatório da CEEAC, o estadista são-tomense
tranquilizou os cidadãos que o mesmo vai ser divulgado. “Eu lamento
que a expectativa é tão grande que as pessoas estão ávidas de vê-lo.
Não há problemas nenhuns, ele está cá, ele vai ser divulgado”.
MB/Vitrina
