Telemóvel: +239 9903330
 
Jornal Vitrina - São Tomé e Príncipe - Contacte-nos -+ 239 903 20 09 - e-mail: rigor@live.com.pt

Miques João em prisão preventiva

inicia greve de fome

Vitrina, 12 Maio, São Tomé: O advogado Miques João Bonfim iniciou, sexta-feira 09 de Maio, um período de prisão preventiva, cuja duração ainda não se conhece, numa medida de coação mais gravosa aplicada pela juíza de instrução criminal do tribunal de Primeira Instância que tem nas mão um processo de alegado abuso sexual de menor de que o advogado é acusado.

Fontes judiciais explicaram ao Vitrina que a lei estabelece 90 dias como período de prisão preventiva, mas pode prolongar-se por mais dois meses, como também pode ser antecipado, dependendo da celeridade processual.

No entanto, o advogado que jura inocência, inicia o cumprimento da prisão preventiva com o anúncio de uma greve de fome, como protesto para demonstrar que é inocente e o processo contra a sua pessoa está inquinado, é político e resulta do seu empenho na necessidade de esclarecimento e responsabilização de pessoas envolvidas na alegada tentativa de golpe de Estado de 25 de Novembro de 2022, em que foram torturados e mortos quatro cidadãos na parada do quartel da Forças Armadas.

“O que eu quero anunciar a todos é que o Dr. Miques Bonfim encarregou-me em anunciar publicamente que a partir do momento em que ele sai daqui (tribunal) e entrar na cadeia, está em greve de fome”, anunciou Carlos Semedo que juntamente com outro advogado fazem a defesa de Miques Bonfim. O advogado cita as palavras textuais do seu constituinte: “a minha filha vai sobreviver, eu posso não sair vivo da cadeia, mas se sair, eu tenho que sair limpo da cadeia”.

Segundo ainda o advogado, a juíza de instrução criminal mandou o arguido para cadeia, depois de “um mini julgamento” em que todos os argumentos foram exibidos para provar a sua inocência do crime de abuso sexual de menor.“Perigo de perturbação do inquérito e perigo de fuga”, são dois fundamentos utilizados pela juíza para mandar Miques Bonfim para prisão preventiva, explicou o advogado.

“Assim que acabamos de ouvir a decisão da juíza interpusemos o recurso imediato”, explicou, defendendo que os factos de que Miques Bonfim é acusado são “sem suporte, sem sustentação”. Por isso defende que “a decisão da senhora juíza não é correta, não é justa, não é necessária”.

Para a generalidade da opinião pública, já era esperada “alguma represália” contra Miques Bonfim, depois que assumiu ao peito a defesa das vítimas do assassinato do quartel das Forças Armadas.“Por ser advogado dos pobres, por combater os ricos, por combater as injustiças preparou-se uma cabala para me retirar da sociedade”, argumenta Miques João.

Carlos Semedo cita ainda o seu constituinte como tendo dito que “não há garantia de julgamento idóneo, isento em São Tomé e Príncipe nestas circunstâncias”, lamentando que o Ministério Público não tenha ouvido a mãe da menor, nem a adolescente que se diz vítima de abuso sexual. Áudios que circulam na Internet dão conta que Miques Bonfim não abusou sexualmente da menor.

As declarações do áudio, alegadamente atribuídas a mãe da menor, dão conta ainda de que a menina “mentiu” para o arguido, por sinal seu cunhado, além de ter outros namorados adultos, um dos quais vive praticamente maritalmente com ela, em casa da mãe, apesar de ter apenas 15 anos.

MB/Vitrina

 

 

 

 

"Vitrina", Propriedade da PRESSCO, Lda., Sociedade de Prestação de Serviço nas Áreas da Comunicação Social - Contribuinte nº 199150 - Cx. Postal 628 - © Todas as matérias poderão ser reproduzidas desde que citada a fonte ©

Web-master - Telemóvel: +239 9903330