Ameaça da TESLA de suspender
fornecimento
de energia leva Emae a
anunciar racionalização
no fornecimento de
eletricidade

Vitrina, 17.06.2025 - A Empresa de
Agua e Eletricidade, Emae, poderá começar a racionalizar o
fornecimento de energia elétrica à população, ano e meio depois de
alguma estabilização, quando assinou um Contrato Administrativo de
Investimento com a empresa turca TESLA STP que agora ameaça
suspender o fornecimento da energia que produz a partir de 19 deste
mês.
O diretor-geral da empresa disse
esta terça-feira, em conferência de imprensa, que a racionalização
no fornecimento de energia elétrica pode demorar mais dois meses,
até que a Emae encontre nova alternativa de estabilização no
fornecimento de luz elétrica no país.
Raul Cravid acusa a TESLA STP de
tomar uma decisão unilateral, mas ao mesmo tempo reconhece que a
situação de rotura no relacionamento entre o governo e a empresa
turca chegou a uma situação que acredita ser de não retorno.Vinte e
quatro horas antes do anúncio pela Emae de passar a racionalizar a
distribuição de energia o governo de Américo Ramos e a TESLA STP
trocaram acusações mútuas, em comunicados divulgados pela imprensa.
A ameaça da TESLA STP em suspender
o fornecimento de energia elétrica a partir da meia-noite do dia 19,
advém de reclamações de uma divida acumulada superior a sete milhões
de euros da Emae com esta empresa.Raul Cravid, desmente, entretanto,
essa cifra e fala em pouco mais de 2,8 milhões de euros de dívida.
“Eles dizem que o Estado deve-lhes
sete milhões de euros. Se nós deduzirmos os pagamentos feitos,
incluindo uma caução de 1,3 milhões de euros e feita diretamente
para conta da TESLA, dizemos que feitos, temos um total de 4,148
milhões de euros pagos”, explica Raul Cravid. O diretor geral da
Emae garantiu que uma eventual racionalização no fornecimento de
energia poderá demorar pouco mais de dois meses.
“Vamos ver quanto tempo, menos de
60 dias não, porque se nós tivermos que partir para soluções
imediatas, podemos até encontrar, mas preferimos ser cautelosos e
dizer que na eventualidade de nós termos que assumir as nossas
responsabilidades, vamos ter de encontrar soluções mais
equilibradas, duradouras e ponderadas. E neste caso falamos no
mínimo de 60 dias”, disse Raul Cravid em conferência de imprensa.
A Empresa de Agua e Eletricidade
tem uma capacidade atual de 17 megawatts de energia. Uma eventual
saída da TESLA da rede de fornecimento de energia a Emae perderia
cerca de quatro megawatts a capacidade. Mesmo assim a empresa
estaria em condições de prestar serviço médio a população e serviços
públicos.
“Nós vamos preparar um plano de
fornecimento de eletricidade, faremos a publicitação para que o
pessoal saiba a que horas terão energia. Entretanto, nós faremos
tudo para que a parte administrativa do país não sofra, sobretudo na
hora de trabalho. Faremos tudo para que a administração funcione”,
adiantou Raul Cravid.
O diretor geral da Emae lamenta
que um acordo desta natureza tenha sido assinado e garante que não
será possível da parte da Emae ou do governo cumprir com os termos
deste contrato em matéria de pagamento.
“Nós alertamos aos dois governos,
(de Patrice Trovoada e este) sobre os aspetos menos bom deste
contrato. Por isso é que não foi possível e não será possível a Emae
pagar, nas condições contratualizadas a TESLA, não será possível.
Que venham o melhor gestor”, conclui Raul Cravid.
Vitrina - MB
