Presidente da república
lança Fundo EcoTela que
estava há quatro anos a ser
concebido

Vitrina, 23.05.2025 - O Fundo
Fiduciário EcoTela foi lançado esta quarta-feira, quatro anos depois
de estar a ser concebido por iniciativa da BirdLife Internacional,
governo são-tomense e alguns quadros nacionais. Este fundo vai
mobilizar cerca de 13 milhões de euros para assegurar o
financiamento das áreas protegidas, apoiar as organizações da
sociedade civil e promover iniciativas empresariais sustentáveis.
O Fundo EcoTela é um mecanismo de
financiamento sustentável que se destina a financiar áreas como a
conservação da biodiversidade a longo prazo, integração da ação
climática através de soluções baseadas na natureza e adaptação dos
ecossistemas.
Numa mesa redonda que reuniu
membros do governo, corpo diplomático e representantes de organismos
internacionais o Presidente da Republica, considerou o sue
lançamento como “uma das mais importantes iniciativas ambientais da
história recente de São Tomé e Príncipe”.
“O nosso arquipélago apelidado,
por vezes, de galápagos de Africa, é um verdadeiro santuário de
biodiversidade. As ilhas que habitamos albergam espécies únicas no
mundo”, sublinhou Carlos Vila Nova. Em 2006 as autoridades assumiram
a preservação dos ecossistemas como um compromisso, que entretanto
não tem sido fácil.“
Os desafios têm crescido, as
pressões humanas, as mudanças climáticas, a escassez de recursos e a
necessidade urgente de mecanismos sustentáveis de financiamentos
colocam-nos perante a responsabilidade de inovar, de cooperar e de
agir”, diz o chefe de estado, recordando as dificuldades que o país
tem tido para ter “acesso as fontes de financiamento para
diversificação da sua economia”.
O abate indiscriminado de árvores,
a caça ilegal de espécies de aves e animais algumas em vias de
extinção complica o quadro. A perspetiva das autoridades de São Tomé
é que o EcoTela sirva também para financiar a economia azul, bem
como o ecoturismo.
O fundo será financiado pela União
Europeia e o Fundo Global para o Ambiente, através do Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). É visto por Carlos Vila
Nova como “uma estratégia visionária” para os desafios que enfrentam
o ecossistema nacional e o ambiente no seu todo.
“Mais do que um mecanismo
financeiro, o EcoTela é uma aposta concreta na resiliência
climática, na gestão sustentável dos nossos recursos naturais e no
reforço das capacidades locais”, defendeu o chefe de estado.
Numa primeira fase, o fundo
EcoTela prevê angariar 1,5 milhões de euros até 2027, valor que vai
crescendo até 10 milhões de euros. “O modelo concebido para o fundo
prevê três janelas financeiras complementares que permitirão
assegurar de forma consistente o financiamento das áreas protegidas,
o apoio as organizações da sociedade civil e a promoção de
iniciativas empresariais sustentáveis” explicou Agostinho Fernandes
da BirdLife Internacional.
O responsável acrescentou que o
fundo EcoTela “é inequivocamente um instrumento estratégico que
poderá marcar uma viragem histórica na politica de conservação
ambiental e climática” em São Tomé e Príncipe. O representante do
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento reconheceu o forte
engajamento ao mais alto nível das autoridades nacionais com a
conservação ambiental.
“Os ecossistemas enfrentam ameaças
cada vez mais severas e a biodiversidade não pode continuar a ser
tratada como uma preocupação secundária”, defendeu Eric Overvest.
“Para estados insulares como São
Tomé e Príncipe, cuja identidade, cultura e economia dependem
profundamente do oceano e os recursos naturais, preservar a natureza
terrestre e marinha é salvaguardar o futuro coletivo”, concluiu esse
responsável.
Todos os protagonistas da criação
do EcoTela são unânimes de que o seu lançamento é um passo decisivo
que demonstra o compromisso do país e dos seus parceiros em procurar
soluções sustentáveis para o financiamento da proteção dos
ecossistemas.
MB/Vitrina
