Fórum Biodiversidade:
organizadores querem transformar debate em
compromisso com a proteção
do património nacional

Vitrina, 19.05.2025 - Durante os
próximos quatro dias o palácio dos congressos acolhe o primeiro
fórum sobre a conservação da biodiversidade no Golfo da Guiné, cujos
trabalhos começaram esta segunda-feira.
Denominado “Foco Biodiversidade”,
no evento serão lançados duas obras cientificas sobre a
Biodiversidade da Ilhas Oceânicas do Golfo da Guiné e o Livro
Vermelho das Espécies de Plantas Endémicas de São Tomé e Príncipe.
Na abertura do Foco Biodiversidade,
Lovita Ramguttee, representante do
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, garantiu a
disponibilidade do PNUD em continuar a financiar um programa
sustentável de biodiversidade e conservação da natureza.
“Através deste iniciativa
esperamos contribuir para uma melhor integração da biodiversidade no
desenvolvimento nacional e também no planeamento orçamental,
identificar oportunidades de financiamentos ligado ao ecoturismo,
diversificação marinha, proteção das florestas e, acima de tudo,
melhorar o acesso ao financiamento do clima e da biodiversidade”,
explicou. O PNUD reconhece os esforços das autoridades nacionais na
proteção da biodiversidade, numa colaboração consertada entre
governo, parceiros de desenvolvimento e a sociedade civil.
“Trata-se de uma abordagem
participativa que deve ser vista como exemplo para a região e para o
continente africano”, sublinhou a responsável das Nações Unidas.
Dois temas sobre a conservação da biodiversidade em São Tomé e
Príncipe marcaram o primeiro dia deste fórum, cuja abertura foi
feita pela ministra do Ambiente, Juventude e Turismo Sustentável.
“Este evento convoca políticos a
priorizar o saber científico, parceiros a financiar a conservação
com visão estratégica e sensibilidade local e a juventude a
erguer-se como guardiã do futuro”, defendeu Nilda da Mata, Ministra
do Ambiente, Juventude e Turismo Sustentável.
O facto deste evento demorar
quatro dias é porque os organizadores pretendem transformar os
debates num palco de diálogo e de reflexão, sobretudo de compromisso
com a proteção do património nacional.
Ilda da Mata fez uma resenha sobre
o que já se fez em matéria de conservação da biodiversidade,
anunciando que em 1995, São Tomé e Príncipe ratificou a convenção
sobre a diversidade biológica, naquilo que foi considerado como a
reafirmação, desde essa altura, do compromisso internacional do país
com a conservação das espécies e dos ecossistemas.
Em 2006, foi criado o Parque
Natural Obô nas duas principais ilhas do arquipélago, com uma
dimensão de 29% em São Tomé e 45 % na ilha do Príncipe, garantindo a
salvaguarda das florestas primárias, sobretudo em áreas de aves
endémicas.
Em 2012 a ilha do Príncipe foi
reconhecida como Reserva da Biosfera pela Unesco, cujo estatuto foi
renovado até 2030, depois das avaliações periódicas internacional.
Em 2023 foram criadas 21 reservas especiais, facto que ampliou de
forma significativa a proteção de ecossistemas críticos em todo o
território.
O governo anunciou que se encontra
em fase final a criação de oito áreas marinhas protegidas, sendo
duas em São Tomé e seis na ilha do Príncipe. O executivo justifica a
criação destas áreas protegidas com a necessidade de reforçar a rede
de conservação costeira e marinha.
“Estamos a avançar, com firmeza, a
candidatura da ilha de São Tomé ao Estatuto da Reserva da Biosfera,
de modo que seremos o primeiro país do mundo a ter o seu território
reconhecido como reserva da biosfera. Um feito histórico e
irrevogável que elevará o prestígio internacional de São Tomé e
consolidará o arquipélago como uma jóia de biodiversidade em
África”, explicou Nilda da Mata.
A ministra da educação, cultura,
ciência e ensino superior participou na abertura do evento que terá
uma feira interactiva de produtos verdes e exposição de cartazes
sobre pesquisas cientificas realizadas em São Tomé e Principe.
MB/Vitrina
