Telemóvel: +239 9903330
 
Jornal Vitrina - São Tomé e Príncipe - Contacte-nos - e-mail:barros

PR garante que “brevemente” se inicia o julgamento dos

militares envolvidos nos assassinatos no quartel

Vitrina, 14.05.2025 - O presidente da república, Carlos Vila Nova, abriu-se um pouco mais, pela primeira vez sobre a alegada tentativa de golpe de estado de 25 de Novembro de 2022 que culminou com a tortura e assassinato de quatro cidadãos no quartel da Forças Armadas, tendo lançado também alguma suspeição sobre eventuais protagonistas no processo.Em conferência de imprensa pouco depois de uma visita prolongada as Alfandegas, Carlos Vila Nova fez uma “contextualização” do caso 25 de Novembro, deu a sua opinião e “esclareceu algumas questões”.

Começou por repetir que o 25 de Novembro “é uma mancha muito negra, muito negativa quer internamente, quer também fora do nosso país, tem nos penalizado muito como país”. Disse, na sequência, que não pode haver ou nunca haverá em lado nenhum uma tentativa de subversão em que o presidente da república não seja uma vítima”.

O chefe de estado fez depois um pequeno historial sobre os acontecimentos. “Naquele dia, depois de regressarmos do sítio seguro onde me tinham levado, de caminho eu falo com alguns representantes dos órgãos de soberania para nos encontrarmos hora e meia, duas horas depois, no palácio para definirmos a estratégia de como lidar com a questão”.

“Essa estratégia foi rompida, não por mim. Eu não estava a fazer exercício físico nem nada, fui trabalhar de fato e gravata”, esclareceu.Durante a narrativa, Carlos Vila Nova revela um detalhe:

“Quando eu faço esses contactos, as pessoas estavam vivas, foi o que eu me informei. Estavam vivas, havia algumas gravemente feridas, mas estavam vivas”.E lança um desafio aos órgãos judiciais: “Se há mortes, nós temos que saber em que circunstâncias e a razão das mortes”.O estadista são-tomense lamenta que o Tribunal de Primeira Instância tenha enviado os processos para o Tribunal Militar “que nem sequer estava constituído”.

“O anterior governo tinha formalizado, mas em dois anos o que é que aconteceu, mais nada. Formalizou e ficou lá: não se criou condições de trabalho, não se apetrechou, não se formou quadros passados”, contestou.

Carlos Manuel Vila Nova reconhece que esse processo “está a incomodar e é preciso pacificar a sociedade”. Por isso revelou que o presidente da republica e o governo têm-se “multiplicados em muitas acções dentro e fora do país para que esse processo avance”.Apesar de alguma ligeireza com que o processo está a ser encaminhado, o presidente da república manifesta-se convencido de que “brevemente” o julgamento dos militares implicados nas mortes dos quatro civis no quartel do exército possa ter lugar.

“Há um caminho e eu espero muito sinceramente - não posso avançar datas porque não dependerá só de mim – que brevemente possamos dar início ao processo de julgamento”, afirmou Carlos Vila Nova, referindo-se aos apoios que o governo tem recebido nesse sentido de parceiros bilateral e multilateral, designadamente do PNUD.Considera esse julgamento como “etapa indispensável”. “Sem o julgamento nós não podemos passar a outras etapas porque não conseguiremos pacificar esse país”.

Vila Nova manifestou preferência que esse processo fosse julgado nos tribunais civis tal como havia proposto o Ministério Público (MP) que interpôs um recurso no Supremo Tribunal de Justiça a contestar a decisão que encaminhou todo o dossiê para Tribunal Militar. Esse contencioso foi, entretanto, baixado para o Tribunal Constitucional.“Como chefe de estado fico preocupado, como cidadão ainda mais preocupado”, lamenta, justificando:

“Nós já temos algumas acções no sentido de fazer o julgamento no tribunal civil. Se amanha o Supremo decide favoravelmente pelo recurso do Ministério Público”, questionou.Carlos Vila Nova diz-se determinado a levar esse processo até ao fim. “Nós não devemos ter medo quando temos razão, quando estamos certos, quando nós sabemos que é para o bem.

O arrastar desse problema, desta situação tem complicado. O medo de assumirmos uma responsabilidade cria-nos uma situação de dificuldade”, lamentou. O presidente da República fez estas declarações durante uma conferência de imprensa a jornalistas onde abordou temas diversos da atualidade do país.

Durante mais de meia Carlos Vila Nova falou sobre a alegada tentativa de golpe de estado de 25 de Novembro de 2022 que culminou com a tortura e assassinato de quatro cidadãos no quartel da Forças Armadas, do relatório da CEEAC, da prisão do advogado e ativista Miques João e respondeu criticas às viagens dos dirigentes.

MB/Vitrina

 

 

 

 

"Vitrina", Propriedade da PRESSCO, Lda., Sociedade de Prestação de Serviço nas Áreas da Comunicação Social - Contribuinte nº 199150 - Cx. Postal 628 - © Todas as matérias poderão ser reproduzidas desde que citada a fonte ©

Web-master - Telemóvel: +239 9903330